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13 de julho de 2010

LEIA E REFLITA

Artigo

O valor da ética

13/07/2010 02:00
Corrupção, traição e apropriação indevida são temas, dentre outros, não bem digeridos, que afloram em tempos de eleição. E onde fica a ética?

Paulo Bonavides, que tive o privilégio intangível de iniciar na parafernália digital da web, nos socorre com seu pensamento douto proferido em palestra magna para juízes no Recife, essa cidade que, à moda cruviana sabida, tem abarcado tudo, de refinarias desejadas a estaleiros órfãos.

Decreta Bonavides: “Onde há ética há valor. A ética, os valores e os princípios fazem, em verdade, a dignidade constitucional da pessoa humana”. Desde Platão, vem a ideia de que o único caminho para a ética política é a educação do povo. Já Sócrates, mestre de Platão, queria que os jovens pensassem com senso crítico, participando dos problemas do Estado. Enquanto Platão sonhava com uma sociedade ideal, Aristóteles, seu discípulo, mais cético, propunha que a lei deveria ser capaz de compreender as limitações éticas do ser humano. Com ficha limpa, suponho!

Liberando, por enquanto, Bonavides, Platão, Sócrates e Aristóteles, veio-me, de rompante, a Sorveteria Zé de William. Literalmente uma geladeira com picolés exposta no pátio da antiga Escola Técnica. Nesse projeto pedagógico, alunos podiam se servir e pagar sem nenhum controle pessoal ou eletrônico. Havia, para tanto, um acordo implícito, em harmonia com o pensamento de Bonavides e, de imediato, bem compreendido pelos estudantes daquela Escola: “Onde há ética há valor!”.


Corrupção, traição, apropriação indevida! Mister se faz, nesse momento de escolhas nacionais, exercitar o valor da ética de Paulo Bonavides, nosso constitucionalista mor, bem definido por Dimas Macedo: “Se o Brasil não o tivesse parido e o Ceará não o tivesse adotado, creio que o teríamos inventado como totem... “.

Mauro Oliveira escreve mensalmente
amauroboliveira@gmail.com
FONTE: JORNAL OPOVO

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