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3 de abril de 2010

PARA REFLETIR

Jovens, drogas e família Debates e ideias

4/4/2010 - DIÁRIO DO NORDESTE, FORTALEZA
JOSUÉ DE CASTRO*

No saber oriental a família é a luz agregando o homem nas diversas fases de sua existência. Infância, adolescência, adultícia e senescência. Os mais idosos colaboram com a fé e os ensinamentos básicos para uma vida saudável dos mais jovens. Na Medicina, a Geriatria apresenta lições preventivas para a longevidade e o envelhecimento normal. Dirigida a infância, surgiu uma nova especialidade, a Geriatria Pediátrica construindo a longevidade da existência humana.

Os sistemas políticos não atentaram objetivamente para os meios e os recursos da família, no sentido de promover a economia do país. O economista britânico Garry Becker defende a importância da família no capital humano exaltando a mão de obra qualificada com significativa importância no produto interno bruto de uma nação. Na saúde, na educação e no trabalho, formando populações saudáveis contribuindo no desenvolvimento de mão-de-obra apta a qualificação e a especialização. Observando o controle da natalidade. A superpopulação é um fator decisivo para a miséria de uma nação. Os pais e professores ensinando e os filhos aprendendo e obedecendo. Educando crianças e adolescentes evitamos punir os adultos.

Não se deve liberar a família da participação inteligente e dedicada na formação dos jovens. Nos tempos atuais, os adolescentes são instados a permanecerem com os pais, mesmo após os 18, 20, ou mais anos. A saída prematura conduz ao mundo letífico, armadilhas e descaminhos. O argumento de deslocar o filho do convívio com os pais, sob o pretexto de prepará-lo para enfrentar os obstáculos da vida é falso. O que existe lá fora esperando-o é imprevisível. Além disso, a ruptura familiar traz consequências irrecorríveis, com a fragmentação do relacionamento entre as pessoas, o qual deve ser preservado durante a existência.

Qualquer comprovação, ou mesmo suspeita, do uso da droga pelo filho, os pais deverão agir firmemente, não se deixando envolver por conceitos deturpadores, os quais subestimam a gravidade do problema. Em principio, todo o caso de dependência é extremamente grave, deve-se procurar um especialista experiente e capacitado para orientar e tratar, assim que apareça o sintoma da droga. A equipe clinica deverá ser constituída por psiquiatra, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e serviço de enfermagem.

Recomendamos aos pais observarem nos adolescentes queda brusca no rendimento escolar, comportamento antissocial levando o jovem a isolar-se intensamente. Amigos de procedência duvidosa e hábitos contraditórios aos da família. Sintomas clínicos: palidez, garganta irritada, pupilas dilatadas, tonteiras e vertigens, alegria pueril, crises de choro, abstração e hipomnésia.

Ser viciado não é glória, nem privilégio, não é afirmação social, econômica ou sexual. Pelo contrario, pode significar alienação, frustração, impotência ou psicose. O haxixe legalizado na Holanda, ao contrário do que se pensava, incentivou o tráfico e a criminalidade, o vicio e dependência, segundo Renée Wizsenk. Industrializar tem por objetivo desmistificar e popularizar a droga, escondendo as lesões sociais e omitindo restrições médicas e legais. Uma campanha internacional visa legalizar o comércio ilegal favorecendo produtores e distribuidores. Os argumentos do adolescente ou adulto usarem droga com segurança é, no mínimo, equivocado. Substância tóxicas (veneno) com segurança? As praças públicas reservadas para o consumo livre de drogas pela população na Escandinávia estão chegando ao fim. Devido principalmente ao elevado índice de óbitos, transgressões legais e promiscuidade sexual. O uso de drogas em instituições leigas é irregular, obtendo ação criminógena. Não se justifica a tolerância com drogas alucinogênicas em rituais de seitas, notadamente com psicóticos.

Contra a liberação, Grainny Kenny presidente da Europe Against Drugs argumenta: Se não conseguimos controlar os efeitos nocivos do tabaco e do álcool? A liberação das drogas ilícitas seria uma catástrofe com aumento incontrolável da drogadição. As Forças Armadas devem impedir o contrabando das drogas peçonhentas através das nossas fronteiras com os países desleais produtores e exportadores criminalmente. Um perfeito Serviço de Inteligência e Segurança Pública reduziria e controlaria em grande parte a oferta, a distribuição e o uso de drogas ilícitas no País.

Doutor e professor de Psiquiatria, Psicologia Médica e Medicina Psicossomática

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