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8 de abril de 2011

qualquer um entra em Escola Pública no Brasil todo... veja esta constatação...

Em São Paulo, acesso livre às salas de aula

  • 8 de abril de 2011 |
Elvis Pereira
Não é necessário ser aluno ou professor para entrar na Escola Estadual Professor Walfredo Arantes Caldas, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Basta esperar o horário de entrada dos estudantes e misturar-se a eles.
Foi o que fez o Jornal da Tarde no início da tarde de ontem. A reportagem entrou, teve livre acesso aos corredores das salas repletas de crianças, circulou pelo pátio e saiu. Tudo sem se identificar e sem ser abordado por nenhum funcionário.
O JT também esteve, já no horário de aula, em outras três escolas públicas: Espiridião Rosas, no Jaguaré, zona oeste; Mário Helena de Arruda, na Brasilândia, zona norte; e Ministro Costa Manso, no Itaim-Bibi, zona sul. Nelas, era possível chegar somente até a secretaria. O pátio fica fechado, impedindo a ida às salas de aula.
A situação mais delicada, segundo o sindicato dos professores das escolas estaduais de São Paulo (Apeoesp), concentra-se mesmo nos períodos de entrada e saída dos alunos.
“Não há um controle das pessoas. Qualquer estranho entra”, afirmou a presidente da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha. Às vezes, até mesmo ela entra nas escolas e procura livremente professores para conversar.
Maria Izabel atribui o problema à falta de profissionais. De acordo com ela, as escolas da rede estadual necessitam de agentes escolares que possam ficar na porta nos intervalos. “Normalmente, esse profissional sabe quem entra e quem sai”, diz. A seu ver, trata-se de um “protocolo mínimo” impedir que estranhos andem confortavelmente pelas escolas.
O coronel da reserva da Polícia Militar (PM) José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, concorda. “As escolas precisam dispor obviamente de um controle de acesso, até porque estão sujeitas a crimes como tráfico de drogas”. Esse controle, segundo ele, resume-se à simples rotina de exigir a identificação de alunos e docentes na porta.
Esse tipo de regra já é bastante comum em colégios particulares. Neles, costuma-se pedir aos visitantes que se apresentem na portaria para, então, liberar ou não a entrada. As escolas privadas contam ainda com câmeras de vigilância e seguranças.
Mas nem todo esse aparato poderia evitar uma tragédia como a registrada na Escola Municipal Tasso Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, na avaliação do presidente da Federação nacional das Escolas Particulares, José Augusto de Mattos Lourenço. “É algo tão atípico que ninguém pode imaginar (esse crime)”.
Para Lourenço, a tragédia terá impacto sobre escolas publicas e sobre as particulares. “Com certeza, a partir de agora, vai aumentar a preocupação com a segurança em todas as escolas.”
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Educação não respondeu às perguntas específicas sobre as quatro escolas visitadas pelo JT. Em nota geral enviada à imprensa, porém, informou que “as escolas estaduais são equipamentos públicos abertos aos alunos, pais, professores e comunidade”.
A secretaria acrescentou que as escolas da rede contam com o “apoio de 23 mil agentes que, entre outras funções, coordenam a entrada e saída dos estudantes”. Destacou, ainda, que 1,5 mil escolas estaduais são monitoradas por câmeras de segurança.
A rede municipal de ensino, por sua vez, mantém inspetores nos períodos de entrada e saída de estudantes. No restante do dia, os portões permanecem fechados, a exemplo do que foi constatado pela reportagem.
“As Diretorias Regionais de Educação foram orientadas a reforçar a necessidade de esses procedimentos serem cumpridos nas unidades”, informou ontem a Secretaria Municipal de Educação.
Do lado de fora das escolas públicas, a segurança cabe à Ronda Escolar da PM. Segundo a corporação, 4,6 mil policiais em 1.152 viaturas fazem o policiamento preventivo a um raio de 100 metros dos portões das escolas.
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