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28 de abril de 2011

ANALISE ESTE EDITORIAL DO JORNAL O POVO

O que esperar do futuro dos nossos estudantes?

Em três dos últimos cinco anos, os professores realizaram paralisações que juntas atingem quase metade de um ano
28.04.2011| 01:30

Os professores da rede municipal de ensino de Fortaleza decidiram em assembleia realizada na última terça-feira entrar em greve por tempo indeterminado. O começo da paralisação, previsto para ontem, coincide com o início do ano letivo de 2011, justamente em virtude do cumprimento da carga horária ainda de 2011, prejudicada por conta da decretação de greves anteriores. Entre 2005 e 2009 já somam 159 os dias parados dos professores da rede municipal de Fortaleza. Em 2008 e 2010 não ocorreram greves.


A categoria, entre outros pleitos, reivindica o pagamento do piso salarial de R$ 1.597,87. Não cabe aqui entrar no mérito da justeza das reivindicações dos professores, classe já bastante castigada em seus direitos pelo poder público; muito menos nas justificativas apresentadas pelos gestores municipais para não atender as reivindicações. Há fóruns próprios para essa discussão com bem mais propriedade.


Para além do que defendem as partes em litígio, porém, é preciso que exista entre os contendores uma visão mais alargada desse processo, levando-se em conta que o maior prejudicado é o estudante. Somente nos últimos cinco anos, em três deles aconteceram paralisações que somadas atingem quase

a metade de um ano. Isso é inaceitável.


Como se não bastassem as precárias condições estruturais oferecidas pelas escolas, os alunos têm que se submeter a essas circunstâncias, descredibilizando o sistema mais ainda. Diante das constantes paralisações e a quase certeza de que outras virão nos próximos anos, o que se esperar da qualidade do aprendizado oferecido a esses jovens?


Será que não seria a hora de se pensar também no futuro dos estudantes e em suas famílias que já não possuem tantas perspectivas? Não se admite mais que interesses corporativos e gestores com visões míopes se achem no direito de jogar na lata do lixo a vida dos nossos estudantes.

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